sábado, 7 de julho de 2012

Fifa aprova tecnologia e cria monopólio

A bola nunca mais será a mesma.
[...]A conservadora International Board, entidade que serve de guardiã das regras do jogo, cedeu e aprovou ontem o uso da tecnologia para detectar se uma bola cruzou ou não a linha do gol.
A tecnologia já vai ser usada na Copa das Confederações de 2013 e no Mundial de 2014, mas será inaugurada no Mundial de Clubes no fim do ano.
[...]Cada campeonato nacional estará livre para decidir se quer ou não adotar a tecnologia. Mas a condição para aprová-la é a de que o árbitro continuasse com a palavra final em campo. Ou seja, se a tecnologia registrasse um gol e o juiz optasse por não valida-lo, a decisão que contaria seria a do árbitro. "Iso tudo é para ajudar o juiz"
[...]No caso da Copa de 2014 e da Copa das Confederações de 2013, Valcke garantiu que a entidade pagará a instalação dos sistemas nos 12 estádios e depois ficarão para cada clube ou Estado. " Não haverá custo para o Brasil. Nós vamos pagar", insistiu. Cada sistema custará entre US$ 150 mil e US$ 250 mil (R$300 mil e R$500 mil) por estádio.
[...]
A introdução da tecnologia no futebol pode ser revolucionária. Mas, nos bastidores, o que existe é uma verdadeira guerra pelo controle de um mercado avaliado em milhões de dólares e promete lucros para as multinacionais envolvidas. Pela decisão de ontem, apenas duas empresas tem o monopólio da tecnologia reconhecida pela Fifa. Uma delas é a própria patocinadora da entidade, a Sony. A outra é um instituto de pesquisas com relações íntimas com a Adidas, a fabricante oficial das bolas da Fifa.
Federações e milhares de clubes espalhados pelo mundo terão não apenas de comprar o sistema dessas empresas, que tem a patente sobre o produto, mas também as bolas oferecidas se quiserem entrar na nova era.
Não por acaso, a introdução do sistema é permeada por polêmicas. Empresas lançaram uma corrida por estabelecer a tecnologia já há mais de dez anos. A meta inicial era a de ter os instrumentos já funcionando em 2006, na Copa da Alemanha.
O sinal mais claro de que a Fifa mudaria de opinião foi a decisão da Sony

Jamil Chade - Fifa aprova tecnologia e cria monopólio
O Estado de S.Paulo, sexta-feira, 6 de julho de 2012
Caderno Esportes - pg E4

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